Anticítera Schwarzbrunn
Morto aos 23 anos de tuberculose, Moacir de Almeida (1902-1925) repetiu a maldição de alguns famosos vates do romantismo, um romântico tardio que cantava no tom condoreiro e épico de um Castro Alves ou um Victor Hugo, mas com um pessimismo, certa melancolia e tédio que lembram Baudelaire.
Foi poeta de um único livro, póstumo, perdido no limbo daquele período literário batizado vulgarmente como pré-modernismo, no qual tantos outros foram soterrados, com raras exceções como Augusto dos Anjos, também autor de um livro só. E assim como Augusto, Moacir viveu de forma atribulada, como o leitor poderá conhecer melhor nos textos finais, em especial o de D. Martins de Oliveira, publicado originalmente como introdução à 3ª edição de Gritos Bárbaros. A 1ª edição surgiu meses após a morte de Moacir, proposta e financiada por amigos e admiradores como Procópio Ferreira, Luís Murat, Catulo da Paixão Cearense e o próprio irmão de Moacir, o também poeta Pádua de Almeida. Essa edição, que teria sido organizada pelo próprio vate antes de falecer, traz a capa desenhada por Cornélio Pena restaurada para esta nova edição, assim como as ilustrações internas que separam a obra em 3 partes. A 2ª edição, de 1944, foi feita pela Editora Zélio Valverde e publicada na coleção Grandes Poetas do Brasil , trazendo, além do Gritos Bárbaros, 21 poemas inéditos. Apesar da qualidade bastante precária, essa iniciativa editorial tem uma importância histórica por ter resgatado muitos poetas desconhecidos.
Já a 3ª edição, usada como referência para esta 4ª edição de Gritos Bárbaros, traz 52 poemas esparsos, ou seja, 31 poemas a mais do que a 2ª edição. Para esta nova edição, apresentamos cinco novos poemas e traz os textos introdutórios das edições anteriores 1925, 1944 e 1960 e conteúdos dispersos em jornais e revistas sobre a vida e obra de Moacir de Almeida.
Claudecir de Oliveira Rocha
Gritos Bárbaros e outros versos
Moacyr de Almeida
16X23 cm
220 páginas
ISBN 978-85-69199-20-5